sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A medida do meu tempo...


Estar contigo ou não estar contigo é a medida do meu tempo.

...

É, já sei, o amor: a ansiedade e o alívio de ouvir a tua voz,
a espera e a memória, o horror de viver no sucessivo.

Jorge Luis Borges


(Foto: Pormenor de um quarto, Faial)

A vocação do fogo...

...

Pousas as mãos sobre o meu rosto,

e vais partir,

sem nada me dizer,

pois só quiseste despertar em mim

a vocação do fogo ou do orvalho.

E devagar, sem te voltares,

pelos espelhos entras na noite acessa.

Eugénio de Andrade



(Foto: Forno a lenha, casa da aldeia.)

Cuidado!


Cuidado. O amor
é um pequeno animal
desprevenido, uma teia
que se desfia
pouco a pouco. Guardo
silêncio
para que possam ouvi-lo
desfazer-se.

Casimiro de Brito

(Foto: O meu gato, o Bilhó.)


IV

Esta vista de mar, solitariamente,
dói-me. Apenas dois mares,
dois sóis, duas luas
me dariam riso e bálsamo.
A arte da Natureza pede
o amor em dois olhares.

Fiama hasse pais brandão

(Foto: Praia de Porto Pim, Faial.)

domingo, 11 de novembro de 2007

O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos...



(Foto: Autro Retrato.)

O cansaço...


O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.

Fernando Pessoa


(Foto: Retrato - Avô Materno - na casa da aldeia.)