terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão,
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
(Foto: Marina da Horta.)
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
o mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
(Foto: Marina da Horta.)
Pássaro da tarde
Seres inúteis
Nesta curva...
Nesta curva tão terna e lacinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.
Alexandre O'Neill
(Foto: S. Miguel, Açores)
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